Na última quinta-feira (08/05/2008), o Brasil recebeu uma notícia sobre a situação da matriz energética nacional, levando em consideração a energia elétrica e a veicular. Dados preliminares divulgados pelo Balanço Energético Nacional (BEM – 2007), indicam que a cana ultrapassou no ano passado, pela primeira vez, a energia hidráulica, que esteve em segundo lugar na matriz energética brasileira durante vários anos. A cana agora está atrás apenas do petróleo e derivados.
Os dados mostram que a participação da cana (álcool e bagaço de cana) subiu de 14,5% para 16% e a energia hidráulica caiu de 14,8% para 14,7%. Ambos são dados relativos ao consumo das energias no ano de 2007.
Os especialistas apontam o aumento dos veículos flex como principal responsável pela expansão da cana na matriz, já a produção elétrica por meio da queima do bagaço da cana ainda não é significativa. Mas outro fator pode ser também a disparidade nos investimentos relativos aos setores, já que os investimentos maciços em hidrelétricas foram feitos entre os anos 50 e 70 e, posteriormente, na produção de álcool, na década de 80. Ambos os segmentos fazem parte da matriz energética renovável e são essenciais à segurança energética, portanto, é necessária uma atenção igual aos dois setores.
Com estes dados, o Brasil avança cada vez mais em relação ao resto do mundo, no que se refere a uma matriz energética renovável, ou seja, quase a metade (46,4%) da matriz enérgica brasileira é renovável, enquanto no mundo, a participação da energia renovável se mantém com 12,7%. A participação do petróleo e derivados caiu de 37,8% em 2006 para 36,7% no ano passado, fazendo com o que o Brasil caminhe rumo a uma matriz enérgica renovável.
O nosso país caminha a passos largos para se tornar um país desenvolvido, já que a pouco tempo conseguimos o Investment Grade e, segundo o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, temos as três energias que serão a base da matriz energética, o petróleo, a cana de açúcar e a hidráulica, e nas três somos auto-suficientes.
Estou certo de que apenas isso não é o suficiente, mas já é um grande fator para que o nosso país se destaque no mundo. Devemos continuar neste ritmo, pois se continuarmos nesse caminho, um dia teremos um Brasil mais justo, sem tanta desigualdade social.
Tiago Becker


Um comentário:
Becker, devemos considerar também as constantes altas no preço do petróleo tipo Brent que está beirando US$ 120,00, e com previsões de alcançar US$ 200,00 até 2012.
Este fator é decisivo para um maior desenvolvimento de outras duas grandes fontes de energia renovável: eólica e solar. Fontes que o Brasil também possui em abundância!
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