quarta-feira, 16 de julho de 2008

Quando teremos sossego?

A vida na cidade grande é bastante movimentada, diariamente são inúmeros compromissos em nossas agendas. Além de todas as responsabilidades, ainda temos que nos preocupar com problemas que não são de nossa responsabilidade, mas que nos incomoda diariamente.

Estou falando da segurança pública, do temor diário que assola milhares de pessoas. Não se vive mais tranquilamente, não conversamos mais nas calçadas, não andamos com os vidros abertos entre vários outros pontos que compõem a nossa liberdade de ir e vir nas ruas das grandes cidades.


Para escapar destes estresses que existem nas cidades grandes, as pessoas viajam para as praias a procura de paz e sossego. Eu imagino que uma linda praia de uma pequena cidade é um lugar tranqüilo para esquecer os problemas e curtir, sem se preocupar em ser roubado, fechar as portas ou as janelas de casa.


Este fato poderia ser verdade há alguns anos atrás, aliás, eu acreditava nisso até este fim de semana, quando viajei para a praia de Quixaba (praia do litoral leste do Estado do Ceará). Já fui a esta praia inúmeras vezes e considero o local um paraíso de tranqüilidade e beleza. Passei momentos de grande felicidade e sempre fico ansioso para retornar e ficar na beira da praia, apenas relaxando.


Esta viagem não ocorreu como planejei e o meu pequeno paraíso sumiu. No sábado (12/07/08) eu estava na praia e minha namorada resolveu subir para a casa. Quando chega próximo a porta, ela vê um homem sair correndo e achou que era algum transeunte, já que o terreno é aberto e as nossas experiências anteriores nada tinham haver com qualquer tipo de roubo.


Quando ela chegou mais perto, viu que a porta estava aberta e o ladrão (podemos chamar o transeunte agora de ladrão) pegou a chave que a gente sempre deixa em cima do telhado, abriu a porta e roubou todo o dinheiro da minha carteira.


No primeiro momento eu fiquei pasmo com o acontecimento, mas logo depois comecei a pensar aonde e quando eu teria sossego nessa vida. Só quando morrer? Nem a 180 km de distância das grandes metrópoles, em uma praia tranqüila é possível viver sem medo? Pensei muito em ir embora, mas não queria estragar o fim de semana. Adivinhe qual foi a solução? Colocar um segurança para passar a noite vigiando a casa e nunca sair de lá sem ter alguém para olhar.


Um local que era especial se tornou mais um local de roubo para as pessoas que querem ganhar a vida da maneira mais fácil. Consegui passar o resto do fim de semana parcialmente tranqüilo, mas ficou a seguinte dúvida: quando e aonde poderemos sossegar sem ter medo de deixar uma simples porta aberta?



Tiago Becker

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