terça-feira, 8 de julho de 2008

Um país dos Zé Ninguém

Para a maioria dos jovens, a noite de sexta-feira é sempre uma boa oportunidade para sair com os amigos ou com a namorada. Porém, desde que entrei no programa de trainee da Marquise não faço mais parte deste grupo. Minha sexta a noite tornou-se caseira, já que todo sábado às 7 horas da manhã tenho que está de pé e pronto para mais um treinamento do programa.

Na última noite de sexta em casa, aproveitei para assistir o programa Globo Repórter, já que a chamada deste despertou minha atenção. Durante o programa foi triste constatar que em pleno século XXI um país considerado emergente, como o Brasil, possui filhos que não sabem nem o dia em que nasceram, pois o mínimo que um cidadão pode ter, eles não têm: uma simples certidão de nascimento.

Num país de Marias, Josés e Antônios foi triste perceber que temos muitos “Zé Ninguém” espalhados de norte a sul. Pessoas que muitas vezes só deixam o anonimato em dois em dois anos. Além disso, foi triste observar que crianças nascidas na miséria e sem perspectivas futuras não possuem nem o direto de serem consideradas brasileiras.

É lamentável!

No entanto, a irrelevância do povo brasileiro não termina na porta do cartório. Basta olhar para as imensas filas nos hospitais públicos, o descaso com a educação e a violência diária que nos cerca.

Diante desse quadro que se desenha, chego a seguinte conclusão: eu não sou Germano, você não é Maria e ele não é João, somos um bando de “Zé Ninguém”. Pelo menos perante os olhos desses alguéns que comandam este país.

Germano Arraes

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