O que podemos fazer durante 1 hora e 50 minutos? Assistir ao jogo do nosso time favorito? Ler um bom livro? Fazer uma atividade física? Terminar aquele relatório para entregar ao chefe? As atividades são inúmeras só depende da prioridade de cada um.

Porém, na última terça-feira, 110 minutos do meu dia não foram dedicados a um livro nem ao meu esporte favorito e sim à espera de uma ambulância para socorrer um fiscal da marquise que acabara de sofrer um acidente de trânsito.

Porém, na última terça-feira, 110 minutos do meu dia não foram dedicados a um livro nem ao meu esporte favorito e sim à espera de uma ambulância para socorrer um fiscal da marquise que acabara de sofrer um acidente de trânsito.
1 hora e 50 minutos também foi o tempo que fiquei esperando, na segunda-feira passada, os meus companheiros de estágio interno, Jaqueline e Daniel, para podermos iniciar as atividades diárias. Não pensem que eles são indisciplinados, apenas tiveram que levar um companheiro de trabalho para um hospital, pois este, também, foi vítima de um acidente de trânsito. O resultado foi que ficaram mais de uma hora na espera do atendimento médico.
Absurdo? Falta de respeito? Descaso? Encare estes fatos como quiser, mas acima de qualquer coisa, os fatos narrados refletem a desvalorização do ser humano. É difícil identificar quem é ou quem são os culpados, mas a vítima é fácil: a vida.
Até quando iremos deixar que maltratem o que temos de mais valioso?
Não quero aqui julgar ou criticar os culpados por esta situação em que o nosso país se encontra. Até porque este blog é pequeno e as palavras insuficientes para tal tarefa. Apenas qu
ero alertar a todos que esta situação é mais grave do que imaginamos.Se sairmos da Rua Dr. Justo Araújo, e da Avenida Perimetral (locais dos acidentes narrados) e formos para a Cidade Maravilhosa, podemos observar que este descaso não é privilégio cearense. O adjetivo que tanto engrandece a segunda maior capital brasileira vem perdendo força para um simples mosquito em pleno século XXI. Não porque o mosquito seja forte e sim porque o sistema de saúde pública brasileiro é fraco. Basta ligar a televisão ou folhear qualquer jornal para presenciar filas enormes de enfermos na esperança de um atendimento médico.
Pois é companheiro, com o agravamento desta situação, fica claro e evidente que cada vez mais só podemos contar com o auxílio divino. Como diz o porteiro do meu prédio: “É só entregar a Deus”. Não sou adepto a esta maneira de encarar os fatos. Até penso que esta imobilidade brasileira é uma das principais causas do caos da saúde pública. Mas inserido num país em que a saúde não é prioridade, só resta uma alternativa: ser cristão, já que ser brasileiro não é a solução.
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Germano Arraes
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