O que fazer com pneus usados?

Durante os dois últimos finais de semana estivemos presentes em um curso de Gestão Ambiental. Muito se discutiu sobre Plano de Gerenciamento de Resíduos, responsabilidade ambiental, legislação e qualidade. Mas uma discussão em particular chamou minha atenção: o que fazer com pneus usados?

Os pneus velhos são um grande problema para a saúde pública e o meio ambiente. Se permanecem rodando nos carros podem causar acidentes graves. Deixados em casa, podem ser abrigo do mosquito da dengue e se lançados no meio ambiente são altamente poluentes por terem um tempo de decomposição muito alto – estima-se que durem mais de 500 anos.

Muitas soluções estão sendo buscadas pra tentar resolver este problema ambiental. Uma delas é a que tramita em regime de urgência na Câmara dos Deputados: um projeto de lei que, se aprovado, pode responsabilizar os fabricantes, importadores e revendedores a recolher e dar destinação final aos pneus usados quando os produtos não forem mais reutilizáveis. Este será um grande passo, mas ainda não resolve o problema da permanência do pneu na natureza.

As soluções mais interessantes vêm dos empreendedores de plantão. Como exemplo podemos citar o empresário vietnamita Thai Quang Nghia, dono da marca brasileira Góoc. A empresa transforma pneus abandonados na natureza em objetos úteis: fabrica bolsas e sapatos feitos com pneus. Tem tido grande sucesso de vendas que amplia sua linha de produtos ecologicamente corretos.

Também os pneus viram matéria prima para construção de casas populares no Sul do país. A borracha do pneu em forma de grânulos, filamentos ou partículas é misturada na argamassa ou concreto, substituindo areia ou pedrisco. Além do “alívio ecológico” do pneu não ser lançado na natureza, economiza recursos naturais que servem de matéria prima pra construção.

Ainda outras reutilizações e reciclagens podem ser citadas, como a adição de um percentual de borracha de pneu ao asfalto, formação de banco de corais no mar, artigos de design interiores etc. Com a consciência ambiental sendo paulatinamente despertada, o que percebo é que soluções criativas não faltam ao homens, basta que ganhem força e contribuam para minimizar os problemas ambientais.

Lívia Ferreira