Novamente estou aqui para falar sobre as minhas experiências na Marquise e mais especificamente sobre o tráfego da ECOFOR Ambiental S/A. Setor que estou desde Outubro de 2007 e que a cada dia me mostra mais o dinamismo necessário para lidar com os problemas e com a busca constante por melhoria.
Das atividades realizadas, existe uma que me chamou bastante a atenção, que foi o trabalho de campo dos fiscais. O trabalho de campo é necessário para ver a realidade na qual os setores se encontram e como está sendo realizada a coleta por parte dos garis e motoristas.
Para conhecer o trabalho de campo, os trainees do DLU (Departamento de Limpeza Urbana) saem com os fiscais para aprender sobre a fiscalização e conhecer as características de cada setor, como as condições das ruas (pavimentadas, piçarra ou calçamento), largura das ruas, se ocorre alagamentos ou não no período de chuva, quantidade de conteiners, trânsito em excesso, se existem muitas rampas ou lixeiras e se são setores perigosos ou não.
Eu e o meu amigo Ruben acompanhamos os fiscais durante as coletas diurna e noturna. Percebi todos os problemas mencionados acima e também constatei que a frase “Fortaleza é uma cidade muito pequena e todo mundo se conhece” está totalmente errada. Passei por lugares que nunca imaginei que existissem, setores onde podemos ter certeza de que o contraste social no Brasil realmente existe, mas que alguns não enxergam por morarem em bairros isolados, onde existe a estrutura necessária para uma boa qualidade de vida.
Durante este trabalho pude aprender muito mais sobre os problemas da coleta domiciliar, sobre o trabalho dos fiscais e as dificuldades enfrentadas por suas UGB’s (Unidade Gerencial Básica). Mas a imagem que vai ficar em minha mente é a das crianças pobres que estão na imensa cidade de Fortaleza, que têm em seus olhos a vontade de viver e crescer, mas que não podem devido à condição social e econômica na qual se encontram.
Deste trabalho realizado eu tirei uma grande lição e gostaria de repassar a todas as pessoas que tem condições sociais e econômicas favoráveis: se não conseguimos buscar o crescimento por vontade própria, que o façamos pensando nas crianças que almejam esta oportunidade, mas que não podem realizar. Que lutemos com todas as nossas forças para melhorar, cada um da sua maneira, a vida das crianças que eu vi e que nunca mais sairão da minha mente.
Tiago Becker
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