sexta-feira, 18 de julho de 2008

A justiça é cega?

Recentemente, eu estava assistindo a um jornal policial que entrevistava um catador de lixo que foi preso por ter furtado uma pilha de objetos metálicos que estava na frente de uma casa aparentemente abandonada e que pareciam estar lá para serem levados pela limpeza pública. O cidadão, mesmo sendo réu primário, foi preso e por não ter dinheiro para pagar a fiança poderia até ir para o presídio.
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Logo após essa reportagem, mudei de canal e vi em outro telejornal que Daniel Dantas havia sido solto pela justiça e que poderia responder ao processo por formação de quadrilha, corrupção ativa e divulgação de segredo em liberdade.
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Nesse caso, eu me pergunto se a justiça é realmente cega. Ou melhor, se as pessoas que fazem a justiça dos homens são realmente íntegras o suficiente para interpretar e aplicar o que está na lei sem beneficiar alguma pessoa pelo fato dela ter influência e dinheiro.

Fico mais indignado ainda quando me lembro de um curso de legislação trabalhista no qual o professor falou que um dos princípios da justiça era proteger os mais fracos. Pergunto: Cadê tal proteção? Será que Daniel Dantas é mais fraco do que o catador? Claro que não!
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Posso não ser advogado e nem entender muito de Código Penal, mas uma coisa tenho: capacidade de me indignar. Sei que sozinho não posso melhorar o mundo, mas tenho certeza de que se as pessoas que lerem este texto refletirem e levarem suas conclusões para outras, poderemos mudar essa situação lastimável.
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Iolam Júnior

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