sexta-feira, 2 de maio de 2008

Para reflexão

Estudo revela que 15,7% dos moradores de rua vivem de esmola no Brasil, segundo pesquisa feita pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.

O levantamento entrevistou 31.922 pessoas em 71 cidades, com mais de 300 mil habitantes. Um estudo como esse nos mostra o quanto somos complacentes com toda a situação de miséria que atinge milhares de brasileiros diariamente.

Compaixão, pena, culpa, medo... Sejam quais forem os motivos que nos levam a abrir a carteira para dar dinheiro a um desconhecido, o fato é que estamos sustentando vidas a cada esmola que damos. Mas não somente vidas, ao agirmos dessa forma, estamos sustentando a idéia de que viver a custa dos outros seja mais fácil do que trabalhar pelo próprio sustento.

Que tipo de esperança resta aos que pedem esmola? Todos merecemos uma vida digna, mas as oportunidades não são iguais para todos. Cruzar os braços esperando o improvável ou estender as mãos para pedir ou dar esmolas não é buscar, nem dar oportunidades, pois isso não vai mudar essa situação.

E que outras atitudes podemos tomar para mudar tal cenário? Talvez a primeira seja criarmos consciência de que a pobreza não será mudada com atitudes imediatistas. É necessário muito mais do que boas e fáceis intenções. É necessário um compromisso com os valores de igualdade social, uma política econômica adequada, um setor público eficiente e responsável no uso dos recursos que recebe da sociedade e uma sociedade comprometida com a responsabilidade de justiça social no longo prazo.

Jaqueline Barsi

Nenhum comentário: