O PEQUENO MUNDO DOS CEARENSES

Infelizmente, sabemos que nordestino e preconceito são palavras que andam juntas. Quando saímos por esse Brasil afora, principalmente, quando passamos pela região sul e sudeste é notório como essas palavras tornam-se quase sinônimos.

“Sou cearense, mas não sou burro” essa frase foi dita por um grande astro do esporte brasileiro no mês passado. Esta afirmação demonstra que esse preconceito regional que tira muitas oportunidades de empregos e que faz empresas “tupiniquins” perderem negócios, começa exatamente pelo seu “alvo” principal: os nordestinos.

Porém, não é só o preconceito que nos impede de lançarmos vôos mais altos. Outro fator que está enraizado na nossa cultura e faz com que não atinjamos picos mais altos em nossas carreiras profissionais é o comodismo. E esse fator ganha força quando tratamos dos jovens cearenses.

Aquele estágio de quatro horinhas por dia naquela empresa local, aquelas aulinhas diárias naquela faculdade particular que acabou de inaugurar perto da sua casa e um final de semana composto de muita praia e sol, na visão do jovem cearense, são os requisitos básicos que compõem a fórmula do sucesso. Entretanto, acredito que apenas estes requisitos não são suficientes para esses jovens galgarem posições melhores em suas carreiras profissionais.

Após entrar no programa de trainee da Marquise, me aproximei de grandes executivos e cheguei à seguinte conclusão: em suas carreiras o comodismo não têm chance, as quatros horinhas de estágio se transformaram em dez e a praia nos finais de semana perde espaço para o trabalho. Nós, trainees, como futuros executivos já estamos sentindo isso na pele.

Então para aqueles jovens cearenses que pretendem obter um lugar ao sol no mundo corporativo, não é através da praia do futuro que conseguirão, ou seja, devem sair deste pequeno mundo cearense que os cerca. Potencial o jovem cearense tem, falta apenas visão de longo prazo.

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Germano Arraes Firmo