Quando vamos realizar um trabalho em equipe um dos desafios enfrentados é o alinhamento das diversas opiniões sobre qual estratégia seguir. Por exemplo: estamos em processo de elaboração e lançamento da revista Insight Empresarial. Como as personalidades são diferentes, cada um dos 14 trainees aspira um modelo para o que gostaria que fosse materializado na revista. Cada qual tem uma opinião formada sobre as matérias, o papel, o tamanho da revista, o público-alvo, o orçamento... mas qual é a certa? qual acatar?
Escrevo este relato por estarmos experimentando como é difícil gerenciar a comunicação entre 14 personalidades tão diversas. As reuniões tem sido exaustivas para que se chegue a um consenso, e muitas vezes, quando não se consegue alcançá-lo, faz-se uma votação e vence a maioria absoluta. E os “votos vencidos” não conseguem reconhecer por que foram vencidos, e acabam por não acatar a estratégia vencedora.
O que consigo observar é que as pessoas chegam à reunião para discutir um assunto. Discutir é diferente de dialogar, uma vez que a discussão pressupõe a existência de perdedor e ganhador. Na discussão, normalmente uma pessoa chega com um determinado pressuposto e procura vencer, com suas idéias, as opiniões dos outros participantes.
No diálogo, o objetivo é atingir uma comunicação eficaz. O grupo está disposto e aberto aos diversos pontos de vista para se chegar a um bom resultado. Assim, sempre que queremos chegar a um consenso sobre qual direção a equipe deve seguir devemos buscar o diálogo.
“Quando utilizamos a discussão, por exemplo, competimos para ver qual visão é a correta. Não nos afastamos e tentamos ver o problema maior que surge dos caminhos comuns aos vários pontos de vista. No diálogo, ver esses caminhos comuns é a intenção. Estamos lá para aprender a respeito da visão mais ampla daquilo que estamos considerando em conjunto.” afirmam Linda Ellinor e Glenna Gerard no livro Diálogo.
No caso das reuniões infindáveis da revista, nos falta reconhecer e buscar esses caminhos comuns. Também nos falta maturidade para aceitar que nem sempre temos a melhor resposta, ou a melhor estratégia. E a nós falta principalmente capacidade de ouvir e considerar a opinião do outro. Nestes momentos, fazer uso da comunicação estabelecida pelo diálogo é a melhor saída para se atingir um objetivo comum.
Lívia Ferreira
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